O Casa Grande

Bem-vindo ao Casa Grande.

Conheça o teatro que ficou conhecido como o território livre da democracia no Brasil.

Localizado no Leblon, o Teatro Casa Grande faz parte da vida cultural do Rio de Janeiro há mais de 50 anos. Ao longo de sua história, foi palco de variados espetáculos artísticos e contribuiu para o período de redemocratização do País e a consolidação das liberdades políticas e sociais.

O teatro nasceu em 1966, como um café, em um antigo galpão na rua Afrânio de Melo Franco. O sucesso foi tanto que cerca de dois anos depois os sócios Max Haus e Moysés Ajhaenblat decidiram transformar o café exclusivamente em teatro. Com ajuda de amigos e empréstimos, o Teatro Casa Grande surge em meio a dificuldades em um bairro que, na época, ainda não era referência da sofisticação que possui hoje.

Desde sua criação como Teatro, o primeiro espetáculo de grande repercussão veio através de Oduvaldo Viana Filho, o Vianinha. Ele sugeriu a Bibi Ferreira e Paulo Pontes que Brasileiro Profissão Esperança, nos anos 70 , tivesse sua estreia no palco do Casa Grande. E foi um enorme sucesso!

Dentre os grandes sucessos apresentados no palco do Casa Grande estão “A Noviça Rebelde”; “Hairspray”; “A Gaiola das Loucas”; “Hamlet”; “Um Violinista no Telhado”; “Tim Maia – o Musical”; “Bibi, um Musical”; “Minha Mãe é Uma Peça”; “Cão Sem Plumas”; “O Mistério de Irma Vap”; a Cia Deborah Colker e a tradicional apresentação anual do clássico Ballet “O Quebra Nozes”.

Apesar de seus grandes espetáculos e sua potência artística, o Teatro Casa Grande não teve um desenvolvimento tranquilo ao longo de sua história. Em meados dos anos 1970, durante o período da ditadura, o regime militar tentou fechar o teatro, mas fracassou, pois, a classe artística se uniu à classe intelectual em um grande movimento de resistência e conseguiu manter o Casa Grande a salvo.

Por ser um local onde as pessoas podiam se encontrar, o teatro tornou-se um ponto importante para debates a favor da democracia. Lá aconteceu o primeiro ato em favor da anistia no Rio e a primeira reunião do movimento Diretas Já, bem como a fundação do Grupo Casa Grande, que organizou debates (no formato de cursos) durante a Ditadura Militar.

Quando o país passou pelo processo de redemocratização, o Teatro Casa Grande foi escolhido como local para a assinatura do fim da censura no Brasil, ficando marcado como um símbolo nacional que Tancredo Neves batizou de “Território livre da democracia no Brasil”. Frase que está estampada até hoje no salão principal do Casa Grande.

Já na década de 1990, o Teatro Casa Grande enfrentou outro episódio difícil, um incêndio destruiu totalmente a estrutura do teatro. Mas o Casa Grande não parou. Buscando formas alternativas de seguir em funcionamento, o Teatro Casa Grande seguiu com o espetáculo “O Burguês Ridículo” em meio aos escombros do que tinha sobrado após o incêndio.

O teatro seguiu funcionando por mais de 10 anos até ter sua estrutura modernizada em 2008 quando Max e Moysés contrataram um projeto e instalaram, com recursos privados, a nova face do Teatro Casa Grande. Um espaço moderno, equipado com 926 lugares, 12 camarins, fosso para orquestra, telão de 300 polegadas, projetor, TVs de plasma e painéis de LED, que possibilitaram a infraestrutura e espaço para receber grandes produções e eventos que antes não podiam ser trazidos ao Rio e ficavam restritos a São Paulo.

Hoje, o Teatro Casa Grande se apresenta como um dos grandes palcos da cena artística carioca e leva entretenimento e arte para diversas pessoas que frequentam o Rio de Janeiro. Em seu legado estão marcadas as presenças de grandes nomes como Nara Leão, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Elis Regina, Chico Buarque, Gal Costa, Martinho da Vila, Vinícius de Moraes, Paulinho da Viola, Ivan Lins, Novos Baianos, Baden Powell, Família Caymmi, entre outros.

O reconhecimento de toda essa trajetória se deu com o tombamento como Área de Proteção do Ambiente Cultural, pela Câmara Municipal, em 2012, e como Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Rio de Janeiro, pela Assembleia Legislativa, em 2016. Recentemente, em 2022, recebeu mais uma honraria e foi condecorado com a placa de Patrimônio Cultural Carioca, premiando o início de uma nova fase para o Teatro Casa Grande.